Componentes de software para o desenvolvimento de sistemas colaborativos

Desenvolvimento de sistemas colaborativos distribuídos envolve múltiplas complexidades técnicas com relação a protocolos, conexões, compartilhamento de recursos, concorrência de acesso, transações distribuídas, renderização, sincronização, gerenciamento de sessões, entre outras questões técnicas. Isto limita a quantidade de desenvolvedores atuando na área e desloca sua criatividade e esforços para a criação de soluções exclusivamente técnicas, delegando a investigação da interação e o suporte à colaboração para segundo plano. Com isso, mesmo questões bem conhecidas e investigadas pela comunidade de CSCW (Computer Supported Cooperative Work) são deixadas de lado, pois o foco do desenvolvimento permanece na resolução de problemas tecnológicos e não há reúso do suporte computacional à colaboração. Essas dificuldades de desenvolvimento também atingem grupos de pesquisa de diversas áreas que envolvem sistemas Web, que passam a necessitar de programadores altamente especializados para prototipar seus sistemas. Além disso, sistemas colaborativos são altamente interdisciplinares, os processos que definem a dinâmica de trabalho de um grupo são difíceis de modelar e o suporte computacional é difícil de construir.

O uso de componentes de software contribui para amenizar essas dificuldades, possibilitando aos desenvolvedores e pesquisadores experimentar e prototipar rapidamente soluções computacionais. As aplicações desktop foram impulsionadas pelo advento da componentização de interfaces gráficas, que possibilitou a programadores casuais construírem aplicações arrastando e configurando componentes. Ao conceber e desenvolver os serviços de um sistema colaborativo na forma de componentes de software, o desenvolvedor prototipa configurações específicas para atender às necessidades de colaboração. As ferramentas são selecionadas de um kit de componentes para apoiar a dinâmica estabelecida. Nos sistemas colaborativos desenvolvidos dessa maneira, o refinamento interativo e a prototipação de novas ideias são facilitadas, e o código fica mais desacoplado e propício a evoluir. As ferramentas desenvolvidas acabam sendo mais aderentes às reais necessidades de interação, que para serem descobertas, requerem muita experimentação, investigação e prototipação.